Quando usar à vista e a vista
Com facilidade encontramos nas redes sociais inúmeras páginas que dão dicas de português. É também com facilidade que encontramos inúmeras dicas erradas. O exemplo acima é a prova . Sem contexto não podemos dizer que estão erradas.
1) Vendeu à vista. (Vendeu a dinheiro).
2) Vendeu a vista. (Vendeu a córnea, ou os olhos).
Dependendo do uso do acento grave, haverá mudança de sentido e de análise sintática.
Entenda que na expressão adverbial "à vista" não ocorre crase. Na verdade, nas expressões adverbiais, prepositivas e conjuntivas há só o acento grave, ele é usando para indicar que esse "à" é pura preposição, como diz Bechara (2009), assim como Manoel Ribeiro(2011) e Rocha Lima (2000) . Said Ali explica com riquezas de detalhes no livro Meios de expressão e alterações semânticas(1930), além de dizer que o "à" é somente preposição, diz também que ele deve ser pronunciado de forma aberta. Além disso, o acento grave serve para retira a ambiguidade das frases, como foi visto acima. Agora, vamos analisar as frases anteriores com relação à análise sintática:
1)Vendeu à vista. ( adjunto adverbial )
2) Vendeu a vista. (objeto direto).
Veja outro exemplo no qual o acento retira a ambiguidade da frase:
3) vendo à vista ( pagamento imediato).
4) vendo a vista (observando a paisagem).
Portanto, dou uma dica para quem deseja aprender português: compre uma boa gramática e faça muitos exercícios. Há muitos professores por aí ensinando de qualquer jeito.
OBSERVAÇÃO : Qualquer erro de gramática (ortografia, pontuação, concordância, etc) ou de teoria, por favor, faça um comentário apontando e será corrigido. Como qualquer ser humano podermos errar. Ficarei grato com a ajuda que venha para melhorar.
Referências
BECHARA, Evanildo. Moderna gramática portuguesa. 37.ed. Rio de Janeiro: Nova fronteira & Lucerna, 2009.
LIMA, Rocha. Gramática normativa da língua portuguesa. 38.ed. Rio de Janeiro. José Olympio, 2000.
RIBEIRO, Manoel P. Gramática aplicada da língua portuguesa. 20.ed. Rio de Janeiro: Metáfora editora , 2011.
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