Expressão FACE À é condenada pela maioria dos gramáticos normativos.
Em nossa língua culta, há as locuções em face a /em face de.
1)) O gramático Cegalla (2008) faz o seguinte alerta: "locução censurada pelos gramáticos e não acolhida pelos dicionaristas, mas frequente nos meios de comunicação e na literatura de hoje: 'Face, porém, à situação surgida, o acirramento de uma disputa seria inevitável.'(Juscelino Kubitschek, Manchete, 9/10/93.)" E acrescentar que "esta locução talvez seja imitação do francês moderno: Les Douze face à la nouvelle Europe. / Les femmes face au préservatif."
2)) A supressão da preposição em (em face a) é considerado barbarismo fraseológico.
3)) José Maria da Costa (2004) lista os seguintes autores que não aceitam a locução: Napoleão Mendes de Almeida, Edmundo Dantès Nascimento, Geraldo Amaral Arruda, Luciano Correia da Silva e Arnaldo Niskier. E Macambira (1987,p. 95) diz que face a e frente a são coloquiais. Mas... sempre tem um gramático para dizer o contrário. E, neste caso, o Celso Pedro Luft (2002) é a voz divergente, que registra a locução sem maiores ressalvas. A expressão em questão vem sendo usada a muito tempo, mesmo com a condenação dos gramáticos, em meios de comunicação e trabalhos acadêmicos. Uma simples pesquisa no Google acadêmico comprova isso:
E sites de jornais:
Referências
CEGALLA, Domingos Paschoal. Dicionário de dificuldades da língua portuguesa. Edição de bolso. 2.ed.Rio de Janeiro : lexikon; Porto Alegre, RS: L&PM, 2008.
COSTA, José Maria da. Manual de redação profissional. 2.ed.Campinas: Millenium,2004.
LUFT, Celso Pedro. Dicionário prático de regência nominal. 8.ed. São Paulo: editora Ática, 2002.
MACAMBIRA, José Rebouças. A estrutura Morfo-Sintática do Português. 6.ed. São Paulo: Pioneira,1987.
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