quinta-feira, 29 de outubro de 2020

O acento grave (`)


Esse é um dos acentos mais mal explicados das gramáticas, daí surgirem inúmeras confusões. Normalmente nas grandes gramáticas, o ensino resume-se a só isso: "este acento serve para assinala a contração da preposição A com o artigo A, formando a crase. Pronto. "


1) Além de marcar a crase, ele tem outras utilidades .

2) Primeiro vamos desfazer um equívoco : crase não é sinônimo de acento grave . Ok?! Crase é  a fusão de preposição A (exigida pelo verbo ou por um nome) com artigo A ou com pronome demonstrativo ou relativo. O acento é usado para marcar esse fenômeno. 

3) Nas locuções adverbiais, prepositivas , conjuntivas e adjetivos não ocorre crase . Usa-se o acento grave para:
*assinalar a pura preposição dessas locuções ;
** marca a pronúncia aberta do À;
***Para evitar ambiguidade .

4 ) Em "Meios de expressão e alterações semânticas", Said Ali explica o assunto com profundida . 

5 ) Veja uma questão sobre como é importante diferenciar o fenômeno crase do acento grave :

Refiro-me às suas irmãs, não às minhas. 

A) o acento indicativo de crase é facultativo em "as suas irmãs? Errado . É obrigatório . Agora a crase é facultativa!  Veja : Refiro-me a suas irmãs, não às minhas. Agora observe que a crase é obrigatória diante do pronome  substantivo minha. JÁ que não posso escreve: Refiro-me a suas irmãs, não a minhas. (Errada ).

6) É por essas e outras explicações mal dadas que o ensino vai mal nos nossos melhores compêndios gramaticais que servem de guia para nossos professores. Nada como o MEC organizar uma gramática coerente, de linguagem fácil é cativante, e bem organizada, como é a proposta da grande gramática Amini B. Hauy. 

 Referências 
BECHARA, Evanildo.  Gramática escolar da língua portuguesa. 1.ed. Rio de Janeiro: Lucerna, 2002.

BECHARA, Evanildo.  Moderna gramática portuguesa. 37.ed. Rio de Janeiro: Nova fronteira & Lucerna, 2009.

PESTANA, Fernando. A gramática para concursos públicos. 4.ed.  Rio de Janeiro. Editora método,  2019.

RIBEIRO, Manoel P. Gramática aplicada da língua portuguesa. 20.ed. Rio de Janeiro: Metáfora editora , 2011.

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